sexta-feira, 10 de junho de 2011

Socialização Indígena

Índio com tanga e apito na mão ficou nos tempo de Cabral. Hoje eles estão em universidades, cursando Medicina, Direito, Letras e tantas e tantas outras áreas do conhecimento. Eles também não têm mais nada a ver com aqueles que ficavam fascinados com espelhos e as bugigangas trazidas pelos portugueses. Os índios de hoje estão mais cientes dos seus direitos e deveres.

Hoje, a população indígena do Brasil é de aproximadamente 345.000 indivíduos, destes são aqueles que vivem em aldeias, mas 190 mil estão vivendo em áreas urbanas. Esse número tende a aumentar por causa do apoio que os índios brasileiros vêm tendo. Isto sem contar a diminuição da mortalidade, com a melhora na prestação de serviços de saúde, e de taxas de natalidade superiores à média nacional. Cerca de 60% dos índios vive na região da Amazônia, mas eles estão também presentes em todos os estados brasileiros. No entanto, a cidadania do índio está ligada a sua integração à sociedade e ao conhecimento dos valores morais e costumes por ela adotados.

A Constituição de 1988 tem todo um código para proteger os direitos e interesses dos índios brasileiros. Sem contar que foi também um passo à frente na questão indígena sobre a propriedade das terras ocupadas por eles, a competência da União para legislar sobre populações indígenas e a preservação de suas línguas, usos, costumes e tradições. Neste contexto, os grupos indígenas não deixaram, claro, de serem mestiços. O índio brasileiro não se transformou em branco, nem foi totalmente exterminado, mas iniciou um processo de politização que hoje, fez do povo indígena, um povo mais ciente do seu papel, deveres e direitos na sociedade que vive.
 

PARA QUE SERVE A TECNOLOGIA.
Entrevista por Jacques Waller - especial para o JC OnLine.


Celular
"Uso muito celular. É muito bom. Às vezes, a gente tem que se comunicar quando alguém está doente. É muito mais fácil. Só que aqui na aldeia só pega esses celulares mais antigos. Os novos, esses que são cheios de coisas, não pegam. Nem adianta tentar. Para dar as três barrinhas do sinal, tem que ser daqueles velhos mesmo." - Pajé pipipã Expedito dos Santos, 52.
 


Computador
"Com os computadores e a internet, mudei muito. A Lian de hoje é totalmente diferente daquela de antes da informática. Me abriu portas e, além de tudo, fui aceita por pessoas que achava que não iriam me aceitar. Com a internet, viajei o mundo. Fui até Portugal e à África. Eu nem sabia que lá a realidade era tão forte. Perto deles, estamos até muito bem." - Tânia "Lian" Silva, 26, índia pankararu.


 
TV
"Eu gosto muito de televisão. Assisto às novelas, me divirto muito. Mas, ao mesmo tempo, sei que aquilo tudo que passa lá não é verdade. É tudo uma ilusão" - Valentina Maria Vieira dos Santos, 89, índia fulni-ô da aldeia Xixi a cla.
 

MP3 Player
"Cuido do meu tocador de MP3 como se fosse um tesouro. É um pen drive simples, mas é muito especial para mim. Nele ouço músicas indígenas e bandas da própria aldeia. Ele vive emprestado porque acaba sendo a diversão da aldeia inteira. Uso até para exibir uns vídeos que baixo da internet. Basta colocar no aparelho de DVD com entrada USB que tenho" - Jailton Pankararu, 23, índio pankararu.

 

Lideranças estão preocupadas com influência da TV nos jovens; muitos deixam de ir ao toré para ver novela. Apesar das telas dos computadores serem raras nas aldeias de Pernambuco, as imagens das TV  ligadas nas novelas é bem nítida e, segundo muitos dos próprios índios, um problema que pode até mesmo ameaçar a manutenção da cultura indígena. "O maior impacto na cultura indígena é a TV e suas novelas. Os adolescentes ficam todos vendo aquelas porcarias, um mundo de fantasia", dispara o autônomo Roberto Bion, índio fulni-ô. Bion integra o coro dos que criticam a influência da TV até mesmo na determinação dos horários dos rituais sagrados. "A televisão é meu sofrimento. É o que mais desgraça o mundo", emenda o pajé da mesma tribo, Cláudio Pereira Junior.

Mesmo com a crítica, quase todas as casas de todas as aldeias do Estado possuem antenas parabólicas. "Cerca de 95% das pessoas nas aldeias têm TV. O que é uma pena, porque, em termos culturais, a TV tem uma influência bastante negativa", conta o cacique José Pereira da Silva, do povo kambiwá. Na aldeia pipipã, a influência da TV é tanta que chegou a fazer com que os índios mudassem o horário dos rituais. "A gente costumava dançar o toré às seis horas da noite. Agora ninguém quer vir ao ritual nessa hora. Só quando terminar a novela", decepciona-se o pajé Expedito Rosendo dos Santos.

Mas, de acordo com o antropólogo da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Marcondes Secundino, especialista em cultura indígena, não há motivos para temer. "Se os índios da comunidade só querem ir ao ritual depois da novela é algo que eles vão ter que se adaptar", comenta. E, se depender do esclarecimento de anciões como a índia fulni-ô da comunidade Xixi a cla Valentina Maria Vieira, de 89 anos, realmente não há perigo de se perderem as tradições. "Eu gosto de televisão. É a minha diversão atualmente. Mas sei que ela é só uma ilusão. Não é importante", afirma.J.W.
 


Box Energia Elétrica

Os pipipã foram na contramão do ecologicamente correto. Por causa da falta de potência de uma placa de energia solar que havia fornecido energia elétrica para a aldeia por três anos, o povo teve que solicitar uma rede de energia convencional para iluminar as casas das famílias locais. A mudança trouxe os benefícios de costume, mas também uma dor de cabeça: a conta.

"Só agora é que temos energia elétrica. Por três anos, até o ano passado, a energia da aldeia vinha de uma placa de energia solar que fica do lado da escola. Mas era muito ruim, muito fraca. Não dava nem para ligar uma geladeira, que já causava falta de energia. Além disso, todo fim de tarde faltava luz. Bastava ficar nublado e já não tinha energia", lembra o pajé pipipã Expedito dos Santos.

De acordo com o cacique pipipã Valdenir Lisboa , mesmo com os benefícios da nova rede da aldeia, há irregularidades na conta de vários índios. O problema, segundo o cacique, é que a alguns está sendo cobrado um valor bem superior à realidade financeira da tribo. A diferença é resultado na confusão da cobrança de duas taxas da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe).
 
"O problema é que há duas contas sendo cobradas aqui. Uns pagam a taxa de energia para a baixa-renda. Outros têm sido cobrados pela taxa de agricultor. Já solicitamos várias vezes à Celpe a correção da falha. Da última vez, marcaram a visita de um técnico", conta. Segundo o cacique, a visita do técnico da Celpe está agendada para esta semana. J.W.
 
 Brincadeiras e socialização das crianças indígenas


Os brinquedos construídos e utilizados nas sociedades indígenas, no Brasil, variam de acordo com as matérias-primas encontradas no meio ambiente em que esses grupos vivem, sendo que os brinquedos mais comuns são feitos de palha, madeira ou barro.
Os brinquedos são, em geral, miniaturas de objetos do uso cotidiano de cada sociedade e têm como objetivo divertir as crianças e educá-las para o desempenho das tarefas que irão realizar quando adultas.
Nas culturas indígenas, o processo de socialização das crianças é considerado tarefa de todos, cabendo às mães e aos pais a orientação nas tarefas e comportamentos que a comunidade espera desse novo membro do grupo. Cabe a todos desenvolver na criança o senso de responsabilidade e o respeito às regras sociais de sua comunidade.



Televisão muda rotina das aldeias

Um comentário:

  1. Os indios de antigamento, na época de Pedro Alvares Cabral,

    foram extintos. Hoje nao protegem a natureza, nem os rios . Querem sobreviver, com a ajuda da civilizaçao, chega de doenças e miséria. As terras, são uma herança que caducou há muito tempo. O Brasil acordará para este grave problema, das etinias.

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